Instituto humanize

Lideranças femininas em rede

Mônica Sodré

Diretora Executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS)
São Paulo, SP

Projeto relacionado: Columbia Women’s Leadership Network

Tornar-se uma liderança é um desafio e tanto. Além da vivência profissional e a experiência de gestão adquirida a
partir disso, os fatores são múltiplos para que uma pessoa ascenda a essa posição. Pode ser uma questão de perfil,
por exemplo, ou de habilidade desenvolvida e aperfeiçoada ao longo do tempo com cursos, mentorias etc. Talvez mais desafiador ainda seja ser líder que ajuda a formar outras lideranças. E esse é o caso da Mônica Sodré, profissional atuante na formação de líderes políticos em compromisso com a diversidade e a sustentabilidade.

Para se tornar a líder que é hoje, Mônica passou por muitos lugares e contou com suportes essenciais na sua formação e carreira. Cientista Política e Doutora em Relações Internacionais pela ‘Universidade de São Paulo (USP)’, estudou em universidades públicas e, durante esse período, foi bolsista de instituições de ensino superior, como o ‘Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)’ e a ‘Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)’.

A atual diretora executiva da ‘Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS)’ [rede que tem mais de 750 membros e que busca fazer da política institucional um lugar melhor e fazer do desenvolvimento sustentável uma prioridade dos agentes políticos], foi selecionada para participar da edição 2020/2021 do do ‘Women’s Leadership Network Program’, oferecido na ‘Columbia University in the City of New York’, com apoio de organizações como ‘Fundação Lemann’, ‘República. org’ e humanize. Após participar da iniciativa, Mônica se tornou mentora do programa.

O programa forma, anualmente, diferentes mulheres que têm em comum o objetivo de promover transformações plurais dentro da sociedade brasileira. Sobre a experiência, Mônica conta que adquiriu vários aprendizados, e destaca alguns: “técnicas para solucionar conflitos, o conhecimento sobre as características pessoais de liderança e aquelas que precisam ser aprimoradas em complemento às primeiras, e a rede de suporte e apoio que se formou – e que permanece à disposição de cada uma de nós.”

“O caminho é feito ao andar”

O passo de uma é também o de outras, e Mônica reconhece que suas “habilidades podem ajudar mulheres a conquistar seus sonhos”. Com o apoio de Mônica em elementos como comunicação e oratória, por exemplo, uma policial federal brasileira se tornou uma das primeiras do país a ser aprovada em um programa de excelência nos EUA. Na ‘RAPS’, durante a sua gestão, Mônica colaborou diretamente para a mudança na composição do Conselho Diretor, que atualmente é composto por um terço de mulheres, um terço de negros e um terço de membros com menos de 55 anos. Além disso, em 2022, a rede foi premiada com o ‘Selo Municipal de Diversidade e Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo’.

“A pandemia veio e suspendeu por um ano os planos, e incentivou inúmeros ajustes: as aulas online, a extensão de
bolsas a um número maior de colegas, a possibilidade de que mães participassem melhor do Programa por não terem que se deslocar ao Rio mensalmente. Aprendemos todas com a volatilidade do mundo e com a necessidade dos ajustes. Para um programa que visa formar líderes, a pandemia foi provavelmente o mais prático caso com o qual poderíamos nos envolver”. Diante dessa vivência, Mônica complementa que “liderar é sobre liderar pessoas e a gente precisa ser capaz de olhar para elas”.