Instituto humanize

O terceiro setor é feito em comunidade

Maira Parente e Gisele Fior

Maira Parente
Coordenadora de Administração no Instituto Peabiru
Belém, PA

Gisele Fior
Gerente de Lideranças Públicas no Vetor Brasil
São Paulo, SP

Projeto relacionado: SimbiOsc – Comunidade de Aprendizagem e desenvolvimento do Terceiro Setor

Neste primeiro ciclo, o programa de Desenvolvimento de Organizações da Sociedade Civil contemplou iniciativas
focadas no desenvolvimento de lideranças e organizações, bem como na criação de redes e movimentos capazes de
colaborar para um terceiro setor mais robusto e eficiente. Junto a isso, o programa fez um trabalho transversal com
outras áreas, alavancando o potencial de impacto de organizações que atuam com sustentabilidade e gestão
pública, por exemplo, por meio do seu desenvolvimento institucional. Um belo exemplo dos elementos que o
programa se propôs a apoiar no primeiro ciclo nasceu em 2021, no âmbito da ‘Parceria Vamos’, que reúne Instituto
humanize, ‘Fundação Lemann’ e ‘República.org’ como coidealizadores e parceiros financiadores, e é realizada pela
‘PACTO – Organizações Regenerativas’.

Fruto disso, a ‘SimbiOsc’ apresenta, na prática, uma lógica de comunidade e estabelece um ambiente de trocas e aprendizagem entre líderes das Organizações da Sociedade Civil. Nesse sentido, a plataforma visa o desenvolvimento
organizacional e a ampliação de impacto social, ambiental e econômico gerado pelo ecossistema de OSCs. Em sua
primeira edição, 24 organizações participaram de processos, entre elas: ‘Casa Fluminense’, ‘Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS)’, ‘Instituto Four’, ‘Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS)’, ‘Instituto Peabiru’ e ‘Vetor Brasil’.

Maira Parente, coordenadora de administração no ‘Instituto Peabiru’, organização que fomenta o protagonismo de grupos sociais da Amazônia, destaca a experiência de aprendizado no tema de gestão de pessoas. “Esses encontros são um espaço de partilha, discussão, sugestão e um momento de criação de vínculos”, declara Maira.

As jornadas inspiraram o ‘Instituto Peabiru’ a implementar uma política de recursos humanos mais diversa e inclusiva, fomentando o debate institucional sobre temáticas importantes, como comunicação não violenta e assédio
moral, e procurando criar um ambiente de trabalho humanizado.

Já no ‘Vetor Brasil’, que trabalha na agenda de gestão de pessoas como forma de auxiliar governos, a ‘SimbiOsc’
provocou mudanças importantes – que refletiram na governança da instituição. A partir das ferramentas e
conceitos aprendidos na jornada e levadas para dentro do seu trabalho, Gisele Fior, Gerente de Lideranças Públicas do Vetor Brasil’, acredita que a fluidez no diálogo com a diretoria sobre o reconhecimento de erros institucionais e a criação de mais cargos de gerência, foram marcos importantes.

Isso mostra a proximidade e a legitimidade que a gente criou na governança. Aprendemos formas diferentes de olhar pelos mesmos problemas de gestão que já havíamos visto há bastante tempo. Como resultado, em termos de desenvolvimento como liderança, consegui me posicionar mais e articular mais as demandas dentro do time

– Gisele Fior

Uma comunidade é formada por trocas

Tanto para Maira quanto para Gisele, a ‘SimbiOsc’ representou uma oportunidade não apenas de estar cercada
de organizações conectadas com as suas respectivas agendas de atuação, mas também de se aproximar de outras
organizações que atuam em outro escopo.

Falando mais sobre isso, Maira conta que a experiência significou uma chance ainda maior de aprendizado, trocas e
ajuda comunitária. “Foi muito bom saber que a gente pode pedir ajuda para toda a comunidade”, confidencia ela.

Os caminhos que se abrem em um cenário em que há o entendimento do poder de atuar em comunidade são
transformadores e reforçam pensamentos como o que é expressado por meio do provérbio: “se quer ir rápido, vá
sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”.

Apesar de já ter se tornado um clichê, o provérbio enfatiza a mudança que a ‘SimbiOsc’ ainda está começando a
provocar. Afinal, a iniciativa é uma celebração ao que a ação coletiva é capaz de inspirar em pessoas e instituições que trabalham para ampliar seu impacto social, ambiental e econômico no mundo.